No último domingo, 4 de junho de 2023, uma parte da ponte em construção sobre o rio Ganga, na Índia, desabou pela segunda vez em um ano. A ponte, que começou a ser construída em 2015, deveria ligar as cidades de Sultanganj e Khagaria, no estado de Bihar, mas enfrentou vários atrasos e problemas técnicos.
O colapso da ponte foi registrado em vídeos que circularam nas redes sociais, mostrando a estrutura de concreto caindo sobre o rio. O governo regional de Bihar abriu uma investigação sobre o acidente e prometeu punir os responsáveis. O chefe do governo, Nitish Kumar, afirmou que a ponte “não estava sendo construída corretamente e por isso é que desabou”.
No entanto, a oposição acusou o governo de corrupção e má gestão do projeto, que custou cerca de 20 milhões de euros aos cofres públicos. O porta-voz do partido Bharatiya Janata (BJP), Amit Malviya, pediu a renúncia de Nitish Kumar e o chamou de “ponte da corrupção”.
Esta não foi a primeira vez que a ponte colapsou. Em abril de 2022, uma parte da estrutura já havia caído devido a supostos ventos e chuvas fortes, segundo a Reuters. Na ocasião, um trabalhador morreu e o governo culpou a empresa construtora SK Singla pelos defeitos na obra. No entanto, após uma investigação, a empresa foi inocentada e a construção continuou.
A ponte Aguwani-Sultanganj é considerada um projeto dos sonhos de Nitish Kumar, que colocou a primeira pedra em 2015. A obra já falhou seis prazos de conclusão e o último aponta para 30 de junho de 2023.2 A ponte teria 3,6 quilômetros de extensão e quatro faixas de tráfego.
O colapso da ponte revela os desafios da infraestrutura na Índia, um país que enfrenta um rápido crescimento populacional e econômico, mas que ainda sofre com a falta de planejamento, fiscalização e transparência em seus projetos públicos. A ponte Aguwani-Sultanganj é um exemplo de como a corrupção e a incompetência podem colocar em risco não só o dinheiro dos contribuintes, mas também a segurança e a qualidade de vida das pessoas.
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